Ministério Público oferece denúncia contra neto de ex-governador do Pará

Foto: reprodução TV Liberal
O Ministério Público do Estado, por meio do promotor de Justiça Edson Augusto Cardoso de Souza, ofereceu denúncia  na última quarta-feira (19) contra Hélio Gueiros Neto pelo crime de feminicídio, cometido contra sua esposa Renata Cardim Lima Gueiros, na madrugada de 27 de maio de 2015. O fato aconteceu na residência do casal, em um prédio localizado na travessa Dom Romualdo de Seixas. 

Inicialmente a morte foi tratada como mal súbito, devido a versão contada pelo denunciado. O serviço de verificação de óbito expediu laudo dando como causa do falecimento a rotura de aorta abdominal. “Após investigações da Polícia Civil e a exumação foi constatado que não se tratou de um mal súbito repentino, e sim de um homicídio, causado por asfixia mecânica por sufocação direta, conforme conclusão”, disse o promotor de Justiça Edson Cardoso na peça acusatória.

O caso

Conforme apurado no inquérito policial, na madrugada do crime Hélio Neto acionou os familiares da vítima, que moravam próximo do casal, cerca de um quarteirão, dizendo que Renata Cardim repentinamente passou mal, não respondendo a nenhum estímulo.

Com isso a mãe e irmão da vítima foram para o local. O irmão, de imediato subiu para o apartamento da vítima. Em que pese ter acionado mais de uma vez a campainha do imóvel, para sua surpresa não foi atendido, o que o motivou de imediato a descer, acreditando que a vítima e o réu já estivessem no térreo do prédio. Ao descer e não os encontrar, retorna de imediato ao apartamento.

Ao parar no andar indicado, o irmão já se deparou com o réu carregando a vítima no ombro, pedindo ajuda. Ao chegarem ao hospital, foram realizadas várias tentativas de reanimar Renata, mas não houve sucesso. Como a vítima foi a óbito em outro local, era necessário que o corpo fosse encaminhado ao Centro de Pericias Renato Chaves.

Um inquérito policial foi instaurado para investigar a morte. Após várias diligências empreendidas, como colheita de depoimentos, juntada de documentos e escuta telefônica, a autoridade policial concluiu ser necessária a exumação do cadáver da vítima o que foi autorizado judicialmente. O resultado da exumação foi morte causada por asfixia mecânica por sufocação direta.

“Em várias passagens do inquérito, o que se conclui é que a vida conjugal do réu e da vítima beirava a insuportabilidade. E as agressões não se restringiam ao ambiente reservado do casal, elas também eram públicas”, frisou Edson Cardoso.