Segundo informações da empresa, a lancha teria sido localizada a cinco quilômetros de Barcarena - Foto AG. Pará |
O proprietário da embarcação Luar C,
Antônio Fernando Colares Tavares, e o piloto Nélio Alves de Souza foram
indiciados nesta segunda-feira (26), na Delegacia de Polícia Civil Fluvial
(DPFLU), pelos crimes de risco à segurança de navegação, com agravamento pelo
naufrágio e pelas vítimas fatais. Os dois responderão aos crimes em liberdade
até a decisão da Justiça. A embarcação naufragou no último dia 7
de dezembro, no trecho entre os municípios de Barcarena e Ponta de Pedras, após
sair de Belém com destino a Ponta de Pedras. Entre passageiros e tripulantes,
44 pessoas sobreviveram, seis morreram e três ainda estão desaparecidas.
Segundo informações do segundo
depoimento, os dois acusados confirmaram os relatos do Termo de Depoimento
prestado na segunda-feira passada (19), ao delegado de Polícia Civil Fluvial
Arthur Braga. O inquérito será concluído após os
sobreviventes prestarem depoimento e depois da perícia na embarcação, feita por
profissionais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves e da Capitania
dos Portos. A empresa particular responsável pelas buscas no local do naufrágio
já tem autorização da Marinha para a retirada da embarcação.
Depoimentos - No primeiro depoimento, o
piloto Nélio Souza contou que, no momento do naufrágio, havia rajadas de ventos
fortes, o que gerou grandes ondas e o forçou a reduzir a velocidade. “As ondas
atingiram a popa da embarcação, o que ocasionou o naufrágio”, explicou.
O piloto disse ainda que quando foi
contratado pelo dono da embarcação, Antônio Tavares, recebeu vários documentos,
como planta do barco, certificado de segurança de navegação e título de
inscrição na Capitania dos Portos. No entanto, assegurou o acusado, o
certificado de segurança e o título não estavam regularizados, mas o
proprietário disse que já estava providenciando a regularização dos documentos.
Já o proprietário Antônio Tavares contou
que “já havia buscado uma empresa particular para realizar as inspeções na
embarcação Luar C, o que viabilizaria a aquisição do certificado de segurança e
de navegação”, e em seguida daria entrada no título de inscrição na Capitania
dos Portos.